Conto 2 (parte 1)- "Reza a lenda..."
...que a muitos séculos atrás, Deathstifes foi
aprisionado em um monastério isolado.
Violento e com enorme poder enquanto aprendiz, não tardou a ser visto com receio pelos olhos dos mestres.
Sua raiva, com raízes desconhecidas pela maioria, era sua maior arma.
Suas perdas ainda quando um pequeno panda eram como fantasmas a sussurrar em seus ouvidos. Seus quatro mestres rapidamente perceberam que ele atingia seu potencial através das portas erradas.
Instintivamente Death procurava o golpe que
cessaria a vida do oponente da forma mais rápida....
Apos a morte, uma longa reverência... uma longa tristeza misturada
com uma certa realização...
Nem todos os motivos de seu aprisionamento eram conhecidos. Sussurram os Mogus que foi por inveja, enquanto os Hozen entendem que foi o medo...
bem...
Partamos do momento de sua libertação...
Em sua pequena sala fechada, Death meditava...
Aprisionado e esquecido... Esquecido sim... enfraquecido jamais.
Seu poder, acompanhado da tristeza de um passado conturbado, o
agrilhoavam a cada dia, a cada noite que ele não via passar...
Ele meditava... silencioso... ansioso... mas os anos se passavam, os séculos se passavam...Até o dia em que seu auto-controle não foi o suficiente.
Visões lhe apunhalaram a mente...
Sua vila queimava... tudo sucumbia ao fogo... um pequeno panda chorava ao longe, perdido e desorientado. Puxava inutilmente a mão materna, aquela que o protegera num último momento antes de sucumbir aos escombros...
Era chegada a hora de se libertar... a inveja de seus anciões... era hora de prová-la merecida...
Com um golpe preciso a parede do monastério explodiu em
pequenas pedras e poeira.
"livre..."
"é hora de fazer uma pequena visita àqueles que me
deixaram aqui por tanto tempo"
Entre golpes e gritos, Death abria caminho nas tropas
de guardiões... os corpos caíam como folhas secas em uma tempestade. Bastava pouco mais de um movimento certeiro para paralisar um coração ou despedaçar uma mente. Ele fora autor de duas das técnicas mais sombrias já praticadas, que mais tarde desejaria nunca ter desenvolvido.
Avançava... Os enormes blocos de pedra que formavam sua antiga jaula agora sucumbiam junto com o restante do templo. Por onde ele passava já não havia mais monastério, mas ruínas.
Se deteve em determinado quando já não havia mais guardiões. Olhou para trás esbravejou:
"PORQUE? PORQUE TANTOS ANOS ASSIM?”
"TANTOS ANOS ESQUECIDO... TANTOS ANOS PRIVADO DE MEU DIREITO DE LHES SUPERAR!"
”Medo... VOCÊS TÊM MEDO, EU DIGO!”
Sentado agora nos escombros da escadaria do monastério, deixava a brisa
espalhar os chumaços de pêlos em suas mãos....
"todos caídos...todos servindo ao propósito de me
enclausurar... porque?"
O sangue escorria entre as rochas em largos filetes...
A razão de todos aqueles guardiões era incompreensível para Death...
era seu poder tão grande assim? era sua raiva tão assassina
assim?
Vencera mestres e aprendizes... mas aquilo... aquilo não
fazia sentido... Chegara o momento de rever os anciões que o haviam aprisionado... Chegara a hora de obter respostas entre os gritos de piedade...
A história de Death se divide em quatro encontros : O primeiro foi o Ancião do Leste.
Deixe-me pegar o grimório com essa
parte do conto...
aaaahhh... aqui está... Ancião do Leste... o Mestre das Lágrimas...
Em sua epopeia para encontrar com os velhos anciões, Death
rumou ao leste em certo ponto... buscando o mestre Yog-guktal.
Sua chegada à floresta de Jade lhe deixou confuso...O pandarem nada mais reconhecia daquela floresta antes tão
densa...
Sua mente o guiava até o antigo recanto do Mestre das Lágrimas... mas suas patas... suas patas se recusavam a avançar para outra
direção que não fosse o antigo terreno de sua vila.
Logo ele viu os escombros de um passado queimado...
“Impossível! Fazem séculos...!”
Lá ele enxergava as casas destruídas... as panelas amassadas.... as vigas
caídas...
Se aproximou da viga. Aquela que fora o túmulo de sua mãe...
"a mesma viga... a mesma viga"
Por um segundo ele escutou um grito e se virou. Nada... Um choro infantil repercutia distante...
Teve de se afastar. Temeu por sua sanidade. Sua mente trincava entre lembranças dolorosas.
Ele ainda lembrava...
suas patas agora queriam avançar... já não mais queriam
andar... queriam correr, queriam voar... queriam matar... com uma raiva quase
bestial ele avançava mais rápido que a mais veloz das mantícoras.
O templo logo apareceu ao longe...
O Mestre das Lágrimas era sempre visto com um semblante pesado e triste. Há muito tempo, em uma batalha contra um sumo-sacerdote mogu, uma verdade lhe foi revelada. No momento da morte, o sacerdote sussurrou algo para o mestre como vingança por ter sido derrotado... algo que tomaria todo o brilho da vida daqueles que escutassem. Uma verdade sem remédio. O Mestre das Lágrimas selou aquela sina atrás de um voto de silêncio. Ninguém nunca soube o que lhe foi dito aquele dia.
As escadarias do Templo dos Lamúrios era longa...
Remoía agora os dias que treinara naqueles degraus sob o olhar atento do mestre silencioso.
"Desta vez superarei até mesmo seu voto de silêncio, mestre."
Faria o mestre falar.
A porta era grande e de ferro espesso, mas estava aberta como lhe convidando...
"tanta cordialidade para aquele que vem te
matar..."
Seus passos se faziam de calmos, entrando em silêncio, tola
prepotência...
lá estava ele... o mestre panda a meditar...
Yog-guktal
"Sentas ai como se nada estivesse acontecendo, mestre. Estás tão certo assim de sua superioridade...?"
O olho direito do mestre se abriu... Uma lágrima escorreu em seu pranto...
Deathstrifes titubeou com um passo para trás...não havia olho, apenas a órbita vazia... negra.
Death avançou contra o ancião e desferiu o primeiro golpe, que acerta uma figura que se desfaz em névoa.
O som das passas do velho mestre são quase imperceptíveis atrás dele.
Death se virou. O ancião está com as portas à suas costas. A negra órbita vazia parecia dar visão a um outro plano... As pesadas portas rangeram e lentamente se fecharam atrás do mestre. O aprendiz se desesperava, a escuridão se tornou sufocante.
Ele começou a distinguir formas de um azulado fantasmagórico. Formas daqueles cujas vidas ele cessara. Histórias em que ele pôs um ponto final. Pupilos deixando suas terras atrás dos sonho de um dia se tornarem habilidosos guerreiros, apenas para enfrentá-lo em treinamento e assim terminar seus dias. Guardiões treinados e designados para proteger o monastério em que Death fora contido por tanto tempo, apenas para encontrar um monstro que sequer lhes deu a chance de fugir.
Andavam à sua volta sem percebê-lo. Até o momento em que ele avistou o espectro de sua mãe. Mais uma vez sua mente pareceu trincar. Nesse instante todos os olhos se viraram em sua direção. As formas, antes com um luminescência azulada, agora se tornavam de um rubro enegrecido.
Todos avançaram em sua direção. Em meio a uma avalanche de condenações, gritos e sons indistintos Death se encolheu procurando se proteger. À beira da loucura tudo cessou.
O salão estava iluminado pelo sol do fim da tarde. Aquele pesadelo terminara. Cambaleou para trás e viu a sala como ela realmente era...
destruída... o templo em ruínas estava abandonado...
O crânio do Mestre das Lágrimas repousava em frente à porta. Cravada em seu olho direito, uma adaga mogu já enferrujada.
O rosto de Death lentamente se entristeceu... não porque a
vitória lhe havia sido negada... mas porque ele percebera suas várias derrotas.
As lágrimas começaram a descer pelo rosto de Deathstrifes...
ele fazia parte daquele salão... ele também estava morto e
abandonado a muito tempo... ele também era apenas uma história a ser contada...
sua vida, seu passado... a séculos atrás tudo isso havia sido enterrado...
Olhou de perto os ossos do Mestre das Lágrimas, arrancou a adaga cravada e a guardou...
Sentou-se, então, um longo tempo ao lado daqueles ossos e observou aquele simples fim de tarde. Sentiu como que começara a limpar algo de dentro de si.
Meditou ao lado do que restara do ancião. Talvez o mestre ainda tivesse algo a lhe ensinar.
show!!!
ResponderExcluirnao parem por favor!!! quer ler mais!!